Reuters
Caça francês do modelo Rafale decola para missão aérea na Líbia
Aviões de guerra franceses destruíram quatro tanques usados por forças leais ao ditador líbio Muammar Gaddafi, neste sábado (19).
O ataque ocorreu nos arredores do quartel-general da oposição em Benghazi, a principal cidade do foco de resistência ao ditador. As informações são da rede de TV AlJazeera, sediada no Catar.
Os rebeldes afirmam enfrentar constante artilharia neste sábado, apesar do cessar-fogo anunciado por Gaddafi. Os bombardeios dos aviões franceses são a primeira ação militar internacional contra o ditador da Líbia.
Segundo o Ministério da Defesa francês, a missão pretende garantir a exclusão do espaço aéreo e evitar ataques de militantes pró-Gaddafi contra a população civil.
Ainda de acordo com o ministério, a intenção também é garantir a exclusão do espaço aéreo. Em entrevista coletiva, o coronel do Estado-Maior do Exército, Thierry Burkhard, caças franceses atiraram contra um veículo militar líbio.
Os países reunidos na Cúpula de Paris entraram em acordo para a aplicação da resolução do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a Líbia, afirma Burkhard.
Na quinta-feira (17), o Conselho de Segurança aprovou ações contra o regime do ditador líbio.
Após a resolução da ONU, Gadaffi anunciou um cessar-fogo. No entanto, cidades que estavam nas mãos de opositores foram atacadas durante o dia.
Gaddafi diz que criará um "inferno" se Líbia for atacada
Em uma entrevista à Rádio Televisão Portuguesa (RTP), na qual advertiu que um conflito como esse acabaria com a segurança no Mediterrâneo, Muammar Gaddafi assegurou que criará um "inferno" sobre quem atacar.
- Se o mundo atua como um louco, nós faremos o mesmo. Vamos responder. Também faremos de sua vida um inferno. Nunca terão paz. A região do Mediterrâneo ficaria danificada, destruída, não haveria nenhuma circulação segura nem marítima nem aérea.
Na entrevista, Gaddafi se mostrou convencido de que o povo de Benghazi, onde se concentram os rebeldes contra seu regime, é fiel a ele e quer ser libertado dos "agentes de [Osama] Bin Laden".
- O povo de Benghazi está conosco, está comigo, nos pedem que vamos libertá-los. Estamos combatendo o terrorismo, que é um inimigo para a Líbia e para o mundo.
Perguntado sobre possíveis negociações para acabar com o conflito que vive seu país, Gaddafi se perguntou primeiro com ceticismo: "Com quem?", embora mais adiante tenha expressado sua disposição, "se for necessário", de conversar com os "terroristas".
O dirigente líbio também rejeitou a intervenção do Conselho de Segurança da ONU e afirmou que não reconhece suas resoluções porque não há uma guerra entre dois países que a justifique.
*Com agências internacionais